Borboleta-monarca
Sequenciamento genético pode ajudar a entender processo migratório
Todo inverno milhões de borboletas-monarca (Danaus plexippus) norte-americanas voam cerca de 4.ooo km, migrando em busca de áreas menos geladas. O que impressiona mais que a distância, no entanto, é o fato de esses animais nunca terem feito essa rota antes e não terem nenhum outro grupo para seguir. Como elas não se perdem? Essa é a questão que muitos pesquisadores como o neurobiólogo Stephen Reppert, da University of Massachusetts Medical School, tentam desvendar.
Em busca dessa resposta, Reppert e sua equipe elaboraram o projeto genoma da monarca, publicado online pela Cell. O estudo mostra que esses insetos têm aproximadamente 273 milhões de pares de bases – número mais baixo que o do bicho-da-seda (Bombyx mori), que tem 432 milhões pares de bases –, o que sugere uma rápida evolução na ordem Lepidoptera, que inclui borboletas e mariposas. A comparação com o sequenciamento de outros insetos mostrou ainda que as borboletas têm diferentes padrões genéticos em áreas visuais, o que poderia ajudá-las a usar orientações solares como guia. Outra descoberta refere-se ao relógio circadiano muito específico das monarcas, que pode ajudar nesses vôos por responder de forma diferente à luz.
A sequência do genoma fornece também pistas sobre por que algumas monarcas migram e outras não. Apesar de serem da mesma espécie, algumas não fazem longas viagens. Segundo os pesquisadores, as borboletas que estão destinadas a partir têm um aumento notável de depósito de gordura abdominal – uma forma de se proteger do frio – e apresentam tendências a voar para o sul. Além disso, os pesquisadores descobriram que um subconjunto de moléculas regulatórias (microRNAs) marcadas em um mapa genético são expressas de forma diferente nas viajantes.
Apesar de ainda serem necessários muitos outros estudos, Reppert acredita no sucesso da pesquisa: "Decifrar a base genética da migração da monarca pode nos ajudar a entender esses mecanismos nas borboletas e em outros animais migratórios como aves e tartarugas”, reforça o neurobiólogo.
Fonte: Scientific American BrasilEm busca dessa resposta, Reppert e sua equipe elaboraram o projeto genoma da monarca, publicado online pela Cell. O estudo mostra que esses insetos têm aproximadamente 273 milhões de pares de bases – número mais baixo que o do bicho-da-seda (Bombyx mori), que tem 432 milhões pares de bases –, o que sugere uma rápida evolução na ordem Lepidoptera, que inclui borboletas e mariposas. A comparação com o sequenciamento de outros insetos mostrou ainda que as borboletas têm diferentes padrões genéticos em áreas visuais, o que poderia ajudá-las a usar orientações solares como guia. Outra descoberta refere-se ao relógio circadiano muito específico das monarcas, que pode ajudar nesses vôos por responder de forma diferente à luz.
A sequência do genoma fornece também pistas sobre por que algumas monarcas migram e outras não. Apesar de serem da mesma espécie, algumas não fazem longas viagens. Segundo os pesquisadores, as borboletas que estão destinadas a partir têm um aumento notável de depósito de gordura abdominal – uma forma de se proteger do frio – e apresentam tendências a voar para o sul. Além disso, os pesquisadores descobriram que um subconjunto de moléculas regulatórias (microRNAs) marcadas em um mapa genético são expressas de forma diferente nas viajantes.
Apesar de ainda serem necessários muitos outros estudos, Reppert acredita no sucesso da pesquisa: "Decifrar a base genética da migração da monarca pode nos ajudar a entender esses mecanismos nas borboletas e em outros animais migratórios como aves e tartarugas”, reforça o neurobiólogo.
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